A MORTE DO TITÃ
"Do grande ventre da noite a manhã rompeu em dor,
sobre a terra palpitante ronca feroz a trovoada,
O Titã acorda enfim, sua cara ensanguentada,
E o rude carvalho arranca, brutal, em seu estertor.
Em agonia mortal delira e, ao seu rugido,
Aves tremem, a costa afunda-se em mar e de terror
Rios secam, montes sucumbem no seu interior,
Rochedos fendem e o manto das nuvens é rompido.
Uiva o relâmpago, os mares extravasam em estrondo;
O gigante vacila e então, com um embate hediondo
Cai, e dos tronos brilhantes as estrelas irrompem.
Caiu; a terra alarmada, em louca fúria ferida,
Fendeu, rompeu, vergou; no ar, o eco da praga ouvida;
Mas no céu, o sol continuou a sorrir em seu desdém."
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