sexta-feira, outubro 07, 2005

Velhotes fofinhos


Ai o que eu gosto de velhinhos que vivam em aldeias...
E não estou a ser irónico. Gosto mesmo.

O meu pai é de uma aldeia perto de Vila Real, e era habitual irmos de vez em quando para lá de férias.

Trata-se de uma pequena aldeia, habitada nomeadamente por idosos que ainda trabalham no campo. Eu a minha familia ficavamos alojados na casa de uns tios do meu pai que, como não podia deixar de ser, eram velhotes e trabalhavam no campo.

E deixem-me afirmar que não há coisa melhor que acordar as 10 da manha, chegar à cozinha, ver a mesa recheada de enchidos queijos e afins e, enquanto tomamos o pequeno almoço, conversamos com com o velhote sobre as batatas que estão a nascer, sobre a chuva que estragou as beterrabas ou sobre o Ti Manel da Azinhaga e o seu fiel cão que partiu a enchada enquato cavava a terra...

Daí que quando o Sr. Francisco Cordeiro me deu este link, lágrimas escorreram pela minha face...

Trata-se de um site com gravações de várias pronuncias tipicas portuguesas. Gravações de velhinhos, na sua maioria casais onde a mulher fala pelo cotovelos e o marido apenas confirma ou nega o que ela diz, a contarem histórias da sua aldeia.

Quem tem familia no norte deve saber do que é que eu estou a falar, quem não sabe visite o site e derreta-se a ouvir as nossas raizes a passarem o seu conhecimento da vida.

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

velhnh ffnh so aptse dar bjnhs!!!

domingo, 09 outubro, 2005  
Anonymous Anónimo said...

Eu acho que se devia fazer porta chaves com cabeçinhas de velhotes fofinhos assim como este, para que todos os dias quando revirássemos o bolso das calças na ânsia de abrir a porta do lar, apertássemos aquelas bochechas encarquilhadinhas de ancestral, enquanto os olhos, órbitas de criança perdidos nas crateras lamaçentas das terrinhas onde mora, se reviram piscando luzinhas encarnadas da festa da aldeia, encaixados numa cabeça de enroscar de duas peças, onde a parte de cima é uma careca polida brilhante, e em baixo as rugas de tantos sorrisos (prefiro acreditar assim) que só terminam já quase nas sobrancelhas. Visivel e portátil, fácil de detectar e gasto pela mão alheia.

segunda-feira, 10 outubro, 2005  
Blogger Marvin said...

Fantástico Sr. Jorge!!!
Puramente fantástico!!!

segunda-feira, 10 outubro, 2005  

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